A espécie Myrciaria glazioviana (cabeludinha) pertence à família Myrtaceae, nativa do brasil, habitando naturalmente a Floresta Atlântica, principalmente os estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Seu auge da frutificação ocorre em outubro, mas pode se estender até o final de dezembro, coincidindo com os festejos de Natal e Ano-Novo; aliás, nessas festas as frutas exóticas, como a cereja, pêssego, ameixa, entre outras, são mais frequentes que as nossas nativas – cereja-do-rio-grande, grumixama, uvaia e a cabeludinha -. Não é fácil compreender como a cabeludinha, uma fruta tão gostosa e com o sabor semelhante ao do pêssego (exótico), seja tão pouco conhecida e cultiva, cenário completamente oposto ao de suas “irmãs”: jabuticaba, goiaba e pitanga, que já agradam ao gosto popular.
Seu fruto é subgloboso, amarelo, cabeludinho (tomentoso), medindo de 2 a 4 cm; ocorrendo a frutificação de outubro até o mês de dezembro. As flores são brancas, formadas geralmente de maio a julho, já as folhas são finas e alongadas, medindo aproximadamente de 3-12 cm, também são tomentosas assim como os frutos, mas somente na parte inferior.
Por se comportar como arbusto e arvoreta, somado ao seu tronco ramificado e de coloração marrom-claro, é muito indicada ao paisagismo, tanto pela sua beleza quanto para a utilização como cerca-viva, uma vez que tolera podas, sem comprometer o seu desenvolvimento.
É uma espécie muito fácil de ser cultiva, não atingi grandes alturas, podendo chegar até seis (6) metros. Não possui tantas exigências, mas precisa da incidência de sol e regas regulares, suprindo essas necessidades, é possível ser cultivada em vasos, desde que tenha cuidado para que o solo não se torne compactado. Além de quintais e pomares, a cabeludinha pode ser plantada nas calçadas, porque além de não crescer muito, seus frutos atraem as aves.
O plantio ocorre através de sementes, recomenda-se que seja plantado logo após o consumo da fruta, para aumentar as chances de germinação. Um solo adubado com estercos curtido, mais a adição de vermiculita, ajudam a acelerar o crescimento da muda, além de manter o solo mais areado.
O consumo pode ser ao natural, em forma de suco, geleia, bolo, pudim, pavê, entre outros doces. Muitos cultivadores utilizam o fruto em bebidas alcoólicas, como a caipirinha, por exemplo.
Sendo assim, busquem mudas ou sementes nos viveiros e com os produtores para a realização do plantio. Não deixe de conhecer essa fruta deliciosa, afinal, ela merece ganhar mais destaque nos quintais, pomares e feiras.
Referência
- Lorenzi, H; Lacerda, M, T, C; Bacher, L, B. 2015. Frutas no Brasil nativas e exóticas: (de consumo in natura). Instituto Plantarum de Estudos da Flora LTDA. Nova Odessa, São Paulo, 768 p.