Você conhece o Araçá-Piranga?

Se não conhece deveria conhecer, pois além de delicioso, é um fruto nativo da Mata Atlântica. O araçá-piranga (Eugenia leitonii) será o primeiro da série: “Frutas Nativas da Mata Atlântica Pouco Conhecidas”

A Eugenia leitonii é uma espécie pertencente à Família Myrtaceae, de grande importância em nosso país, tanto pela sua enorme quantidade de árvores frutíferas, quanto por ser a quarta maior família em número de espécies. Sobre as diversas frutíferas dessa família, além dos vários tipos de araçás, temos também as mais conhecidas, como as jabuticabas, jambolão, pitangas e, claro, a goiaba. Aliás, goiabão é outro nome popular dado ao araçá-piranga, dada sua semelhança com a goiaba em termos de forma e tamanho.

A colheita do araçá-piranga ocorre nos meses de fevereiro e março, com seu ápice no mês de março. É importante consumi-la bem madura, para evitar a sensação de amargor na língua. Nunca colha tudo; sempre deixe uma parte para a avifauna, responsável em perpetuar e propagar a espécie.

Além de possuir um fruto delicioso, o araçá-piranga é indicado para o paisagismo, pois surpreende pela beleza de suas folhas verdes escuras e principalmente, por seus galhos e tronco de cor ferrugem; é um espetáculo à parte. A intensidade da cor ferrugínea é determinada pela época da frutificação e intensidade da luz, que não precisa incidir diretamente sobre a árvore, visto que é uma espécie de crescimento lento e de interior de mata.

Mesmo com todas essas características, o araçá-piranga é extremamente raro nas matas devido à grande devastação do seu habitat natural. Por essa razão, abaixo seguem as especificidades da espécie para quem quiser plantar e ajudar a aumentar a quantidade de indivíduos por esse Brasil.

  • Solo: Rico em matéria orgânica (esterco curtido/húmus) e com boa umidade.
  • Semente: Colher quando o fruto estiver bem maduro, retirar a casca e plantar a semente direto em Tubetão, saquinho ou em vaso. Após atingir altura mínima de 50 cm, poderá plantar no local definitivo.
  • Sol: Pleno ou meia sombra.
  • Germinação: Demora em média 3 meses para germinar após o plantio.
  • Crescimento: Lento (Secundário Tardio).
  • Altura: 8-15 metros.
  • Distribuição: Sudeste e sul do país, natural da mata atlântica.

Referências:

Lorenzi, H. 1992. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil. Instituto Plantarum Ltda. Nova Odessa, São Paulo vol. 1, 398 p.

Giulietti, A. M; Harley, R. M; Queiroz, L. P. D; Wanderley, M. D. G. L; Berg, C. V. D. Biodiversidade e conservação das Plantas no Brasil. Megadiversidade. Bahia, v.1, 2005.

Detalhe do tronco ferrugíneo. Fonte: própria.
Detalhe das folhas. Fonte: própria.
Fruto maduro em destaque. Fonte: própria.